Parabéns maninha linda!!!

Há uns anos atrás era assim, ela para ser maior que eu, tinha de estar em cima de alguma coisa... agora os papéis inverteram-se, eu para ser maior que ela, tenho de subir para cima de qualquer coisa!!!!

E assim o tempo foi passando, foi voando e nem fomos dando conta disso!!!!

Agora, olho para trás e revejo uma criança que fazia birras a torto e a direito, que mexia em tudo, partia tudo, queria tudo (principalmente os meus melhores brinquedos e roupa, que eu não achava piada nenhuma!!!!) e agora, olho em frente e vejo uma MULHER!!!

Parabéns maninha, sempre foste uma criança dificil de aturar, não é verdade!? Mas eu gosto muito de ti, sempre gostei e hei-de gostar sempre... és a minha mana, a mana que eu tanto desejei, que eu tanto pedi para ter...

Perguntavam-me, quando a mãe estava grávida:

- O que é que queres ter? Um mano ou uma mana?

E eu respondia:

- Quero uma mana!...

Depois, a mesma pessoa dizia-me:

- Se pedires um mano, tens uma mana, assim pedes uma mana e vais ter um mano!

Vocês nem imaginam o peso que estas palavras tiveram para mim, a partir daí dizia a toda a gente que queria ter um mano...

Chega a 6ª feira dia 7 de Março de 1987 e eu, como de costume, ia no autocarro para Santo Estêvão, para casa dos meus avós maternos para poder andar o fim-de-semana inteiro na brincadeira com as minhas tias, primos e amigos... já a minha mãe estava gravidissíma... quase a rebentar... e que barriga que ela tinha, baixinha com uma barriga do tamanho do Mundo!!!

Chega o sábado, dia 8 de Março de 1987 e recebemos um recado da vizinha do café a dar a boa nova, o bébé tinha nascido e era uma menina (até aí ela foi mázinha, nunca deixou ver o seu sexo, e nunca deu a volta, nasceu de cesariana!)...

Eu chorei, cantei, pulei, gritei, tudo de uma vez só!!! O truque do mano tinha resultado!!! Eu tinha uma mana!!! Depois quem disse que eu ficava mais uma noite em casa dos meus avós? Eu queria era ir-me embora, ver a minha maninha, conhecê-la... estava doente de tanta euforia, andava sempre a perguntar as horas, à espera do meu pai que me vinha buscar...

No dia seguinte lá vamos nós rumo à Maternidade Alfredo da Costa... cheguei à porta eufórica... diz a porteira:

- Que idade tem a menina? Ela não pode entrar!!!

Ai o que me disseram... aquilo foi a pior coisa que alguma vez eu poderia ter ouvido...

- Mas eu quero ir ver a minha mana e a minha mãe, eu quero... eu quero!!!!...

E chorei, chorei, chorei, chorei... triste como a noite e a porteira nada... nem pestanejava... as minhas tias já falavam com a porteira, as outras pessoas que não me eram nada também já lhe pediam para me deixar passar e nada... e eu chorava num pranto só...

Ao fim de 1h, mais ou menos, não sei bem, já quase no final da visita, a porteira já não devia conseguir ouvir-me nem mais 1 minuto a chorar e lá me mandou entrar... foi como se me tivessem acordado para a vida novamente, voei por aquele corredor fora, só parei quando vi a minha maninha querida, muito pequenina...

- Mãe, posso pegar-lhe? Não se parte!? Quero dar-lhe beijinhos!!!

- Cuidado filha! - Dizia a minha mãe - Cuidado que é muito pequenina!!!

É um momento que eu nunca mais vou esquecer!!! O meu sonho tornara-se realidade, uma mana!!!...

Hoje faz 20 aninhos, é uma MULHER, e que pedaço de MULHER, linda, por dentro e por fora...

AMO-TE MINHA LINDA, MUITOS PARABÉNS... AMO-TE COM TODO O MEU SER...