domingo, 29 de abril de 2007

Saudades de ser criança...

Quem não se recorda dos seus velhos tempos de infância???

Como qualquer pessoa, eu também tenho as minhas vivências de criança, as minhas recordações, e que saudades que tenho delas!!!!...

Lembro-me de andar na rua a brincar com rapazes e raparigas, fosse verão ou inverno, dia ou noite, sem telemóveis, sem medos, livre que nem um passarinho...

Agora já não existe esta liberdade, as crianças de hoje, a meu ver, são tristes, não podem sair de casa sem estarem acompanhas por adultos, crianças de 6/7 anos já andam de telemóvel na mão, chegam a casa é playstation, xbox, computadores, etc, etc...

Quantas vezes subi e desci eu uma barreira, tipo downhill dos putos (lol), na minha bicicleta cor-de-rosa com um cesto na frente e campaínha, quantas vezes caí eu dessa barreira abaixo, enrolada na bicicleta... chegava a casa branca como a cal da parede mas se me perguntassem o que é que eu tinha, dizia sempre que não tinha nada, não fosse ficar de castigo... hehehehe

Quantas vezes andei eu dentro das poças de água a apanhar girinos, chegava a casa com água e lama até ao pescoço e nos bolsos uns quantos girinos... era ouvir ralhar da minha mãe e ir a correr para a banheira antes que ela viesse de lá de mão esticada para mim... :P

Quantas vezes andei eu às libelinhas no meio de ervas onde mal me via...

Quantas vezes apanhei eu grilos, guardei-os em caixas de fósforos e depois alimentáva-os com bocadinhos de alface...

Quantas vezes subi amoreiras para apanhar as mais tenras folhas para alimentar a minha criação de bichos-da-seda que não parava de crescer dentro da caixa de sapatos...

Quantas vezes saltei descalça sobre uma fogueira...

Quantas vezes fui tomar banho para o rio, sem que os meus pais soubessem também pois claro, o pior era conseguir levar de casa o fato-de-banho ou biquini sem que a minha mãe percebesse mas pronto, à falta de fato-banho era mesmo nua (não é Mónica, hehehehe, bons velhos tempos), depois teríamos de nos enxugar ao sol antes de irmos para casa...

Quantas vezes caí, quantas vezes me levantei, quantas vezes corri, quantas vezes fugi, quantas vezes toquei a campaínhas (hehehehe)...

Quantas vezes saltei ao elástico, à corda e ao eixo...

Quantas vezes brinquei às casinhas, ao berlinde, ao mata, às 3 covinhas, ao lenço, ao caracol, ao rebenta, ao Sr. Reizinho, à cabra-cega, ao macaquinho chinês, às estátuas, às escondidas, ao meio, ao pisa, à apanhada, ao limoeiro, à sardinha, às cartas, à macaca, às grandes corriadas e ao bate-pé (:P)...

Quantas vezes invadimos casas alheias dizendo que nas mesmas moravam bruxas e feiticieiros e os donos vinham a correr atrás de nós com cajados e vassouras nas mãos para nos baterem e o canal!!!! Quantas vezes passei eu o canal no Inverno, altura em que estava sem água; este canal atravessa a nossa vila de uma ponta à outra e parte dele é subterrâneo, e nós sempre que os professores faltavam passávamos a parte subterrânea do canal numa zona com extensão de mais ou menos 2km, com curvas e contra-curvas, sempre às escuras... felizmente o meu pai nunca teve conhecimento desta minha aventura, caso contrário teria ficado meses a fio sem sair de casa a não ser apenas para ir à escola...

Nem sei responder quantas vezes fiz todas estas coisas e outras que tais... brincadeiras que se perderam no tempo, infelizmente...

Se hoje perguntarmos a uma criança que jogos são estes e que tipo de aventuras são estas, ficam a olhar para nós com ar de quem não sabe o que está a dizer.

Fui muito feliz durante a minha infância, cresci na rua e com a rua, lá descobri os meus limites, lá descobri o que a vida tem de melhor, o correr, o saltar, o ser-se livre de medos e obrigações... quem me dera poder voltar atrás e passar por tudo outra vez...

Por vezes bate-me esta saudade, saudade de ser criança, de ser pura com toda a minha inocência, enfim... de ser criança...

Quando somos crianças não vemos a altura de ser adultos, em adultos daríamos tudo para voltar a ser crianças...


P.S:

Vou ter de contar essa do tomar banho no rio sem roupa, desculpa lá Mónica... LOL

Santo Estêvão, eu e a minha grande amiga Mónica, mais uma tarde de sábado sem nada para fazer e fomos para a ribeira de Santo Estêvão brincar...

Tirámos os sapatos e andávamos com os pés dentro de água atrás dos lagostins... o calor começa a apertar, a água completamente translúcida e nós as duas ali sem fato-de-banho, olhámos uma para a outra e pensámos, temos de tomar banho aqui!!!!

Se bem o pensámos, melhor o fizémos, tirámos a roupa toda à beira da ribeira, pendurámo-la nos galhos das árvores sobre a ribeira e vá de brincarmos dentro de água descontraídas da vida... ao fim de um bocado de estarmos na brincadeira, começámos a ouvir o barulho de motas... aí é que começámos a ficar preocupadas...

- Psiu, psiu!!! Não ouves, são motas!!!!... - dizia a Mónica.
- Ai e agora, estamos nuas, o que fazemos? - respondia eu.

E vá de correr dentro de água para os ramos da ribeira onde estava a nossa roupa; inicialmente escondemo-nos por trás dos ramos mas depois achámos melhor vestirmo-nos, então toca a vestir tudo à pressa, todas molhadas e tudo, muito aflitas... só no fim de toda aquela correrria é que nos apercebemos que as motas estavam bem longe de nós do outro lado do monte... rimos então que nem umas perdidas... depois deitámo-nos no pasto ao sol para enxugar um pouco as roupas que tinham ficado molhadas e só depois regressámos, ela para casa e eu para casa da minha avó materna...

Belos tempos que nós passámos não foi Mónica?!?!?!?! Tempos que não voltam, infelizmente...

Esta história torna-se pública hoje, mas nós duas no nosso pensamento e sempre que falamos nisto, rimos como crianças...

3 comentários:

Anónimo disse...

Ola

Belos tempos....
Quem dera lá voltar!!!!!!
Essa então da ribeira foi o maximo, e não contaste tu que eu estraguei o fecho dos calções com a pressa de me vestir heheheheheheheh!!!!!!

Obrigada pelo elogio no meu blog, fica descansada que não vou ficar á sombra da bananeira.
Beijoco

Paulinha disse...

Nem me lembrava já disso...

hahahahahahahahah

Anónimo disse...

Olá Paula

Realmente bela infancia a nossa.
Sem preocupações nem medos e sem preconceitos de brincarmos.

Coisa que os nossos filhos ja não vão ter, essa "liberdade " que nos tivemos,e que soubemos aproveitar.

bjinhos Dulce